Rumpelstichenzinho - Resenha crítica - Irmãos Grimm
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Rumpelstichenzinho - resenha crítica

Rumpelstichenzinho Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Livros Infantis

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: Editora Independente/Não Encontrada

Resenha crítica

Era uma vez, um moleiro. Este estava a trabalhar, moendo cereais em seu moinho, quando ouviu ao longe o trote de muitos cavalos a galopar. Largou o que estava fazendo e foi ver quem ali chegara, e qual não foi a sua surpresa quando ao longe avistou um cavaleiro a segurar um estandarte que tinha a insígnia real estampada.

Ao aproximar-se, o moleiro constatou que toda a comitiva real ali parara, e curioso perguntou:

— Em que posso ajudar-lhes, nobres cavalheiros?

— Saudações! Aqui tivemos que parar porque a roda da carruagem real arrebentou-se. Tens ferramentas apropriadas para ajudar-nos a consertá-la? — perguntou-lhe um dos servos do rei.

— Sinto lhes dizer que não possuo o que me pedes, sou um simples moleiro. Mas ofereço-lhes alimento se forem por aqui demorar. Nossa propriedade é modesta, mas por aqui temos cereais em abundância, suficiente para alimentar um batalhão.

— Aceitamos o que nos oferece, pois não sabemos o quanto o conserto irá demorar. O rei se encontra faminto, estamos a voltar de uma longa viagem, e o castelo real não fica muito longe, mas com esta parada imprevista, fomos pegos de surpresa. Os suprimentos que aqui temos não serão suficientes para alimentar a todos — disse o servo.

— Fico feliz em poder ajudar, será uma grande honra receber o rei em minha casa. Vou agora me retirar, matarei alguns dos meus animais para nosso banquete complementar.

E lá se foi o moleiro, ansioso a gritar por sua única filha, para que esta viesse lhe ajudar.

— Amália, onde te enfiaste garota?! Desde hoje que estou a lhe chamar — disse o homem quando finalmente a encontrou — a comitiva do rei está em nossa porta, cuida em matar dois leitões e um carneiro, enquanto isto eu irei colocar os grãos e cereais pra cozinhar. Te quero limpa e perfumada, o rei sentará à mesa conosco esta noite.

— Sim, papai — respondeu a garota.

Amália era uma garota lindíssima, de uma beleza singular. Seus cabelos eram longos e ondulados, de cor vermelha alaranjada, seus olhos eram de um profundo verde esmeralda, e sua pele alva era salpicada por delicadas sardas. Dona de uma personalidade selvagem, por assim dizer, era uma garota geniosa, mas não fugia às responsabilidades.

Antes de se preparar, Amália pôs na mesa a melhor louça, que era pressente de casamento de sua falecida mãe. Esta, havia adoecido, e há quase dois anos a morte levou-a, sua doença era incurável, falaram os médicos. Haviam gastado todas as economias da família com tratamentos ineficazes, deixando seu pai coberto de dívidas.

Após a morte da esposa, o moleiro tornou-se um homem amargo. Sempre fora ambicioso, mas a situação em que se encontravam o fizera piorar. Ele vivia a pressionar sua filha, para que esta se casasse com o pretendentes que lhe arranjava, que em sua maioria eram homens velhos e ricos, que propunham suas dívidas sanar.

Amália, no entanto, sempre declinava dos pedidos de casamento. Ela sonhava que se casaria com um homem que verdadeiramente a amasse, desejava se apaixonar, e só então casar-se.

Naquela noite, quando Amália acabou de se arrumar, seu pai bateu na porta do seu quarto.

— Abra a porta, preciso tratar contigo antes de iniciarmos o jantar.

Quando abriu a porta, seu pai desatou a falar:

— Já estou cansado de sua teimosia garota. Estamos a ponto de perder nossa propriedade por conta das dívidas. Te darei mais uma chance, e se não aceitares minha proposta, podes fazer tua mala e ir para bem longe daqui, te deixarei à própria sorte.

— O que queres desta vez? — perguntou-lhe a menina.

— Terás que concordar com tudo o que eu disser ao rei. Tenho um plano, o rei tem um filho que já está em idade de se casar, aproveitarei a ocasião para oferecer tua mão ao príncipe. Deverias ser-me grata, poderás tornar-se rainha, serás tão rica que do amor não lembrarás.

— O que te faz pensar que o rei irá aceitar-me como nora? Não somos nobres, sequer temos algo a oferecer — argumentou a menina.

— Garota insolente! Como ousa questionar-me? Estás avisada, esta noite ficarás de boca fechada e concordará com tudo o que eu disser ao rei. Se fizer o contrário, te colocarei no olho da rua. Se conseguires casar com o príncipe, não importa o que façam, não poderão desfazer a união.

Sem ter outra opção, Amália sujeitou-se à vontade de seu pai. Vestida com sua melhor roupa, desceu até o salão, a fim de juntar-se aos convidados. Era uma jovem naturalmente bonita, e chamava atenção de todos por onde passava. Com o rei não foi diferente, este, vendo a garota falou encantado:

— Como me escondeste uma joia tão preciosa?! — falou o rei, referindo-se à menina — Como se chama tua filha, homem?

— Ela é realmente meu bem mais quisto Vossa majestade, chama-se Amália. Além de muito bonita é também habilidosa. Tem talentos que acredito que lhe seriam muito úteis.

— Seja mais claro, do que está a falar-me? — indagou o rei.

— Creio que o príncipe, seu filho, também esteja em idade de casar-se. Seria um arranjo perfeito se ele casasse com minha filha. Casando-a com teu filho, Amália lhe daria muitas riquezas em troca.

— Desembuche logo homem! Que habilidade é essa que afirmas ela ter? — falou o rei, já irritado.

— Amália pode fiar palha, e transformá-las em ouro. Serias tão rico que não terias onde guardar tanto ouro — afirmou o ambicioso moleiro.

Amália já estava a se desesperar, seu pai era louco a ponto de tentar enganar o rei. Temia que este acreditasse no que seu pai dissera, colocando-a em apuros. Mesmo assim manteve-se de boca fechada, pois se contrariasse seu pai , seria posta pra fora de sua casa. Além de que se o rei soubesse que o moleiro tentava enganá-lo, provavelmente iria mandá-lo para a forca. E por mais que odiasse seu pai por colocá-la em tal situação, não queria vê-lo condenado.

— Então rei, o que me dizes desta proposta? Casa teu filho com Amália, e esta te entregará toda riqueza que quiseres.

— Faremos o seguinte: eu levarei tua filha comigo para o palácio, darei a ela a palha para que transforme em ouro, se assim ela o fizer, o casamento será feito — falou o rei.

Por esta o moleiro não esperava, havia subestimado a inteligência do rei, e agora seria desmascarado. Não podia negar a proposta do rei, e se o contrariasse, seria capaz de mandá-lo matar. Decidiu que concordaria em deixar que levasse a menina, assim ganharia tempo para fugir antes que sua mentira fosse descoberta.

E sucedeu que, chegando o fim do jantar, o rei ordenou que a garota fosse com ele para o palácio, lá testaria suas habilidades.

Chegando ao castelo, o rei se mostrara impiedosamente ambicioso. Levou Amália até uma sala que estava cheia de palha e disse-lhe:

— Passarás a noite ao pé desta roca de fiar, se ao amanhecer não tiveres transformado toda essa palha em ouro, te condenarei à morte.

O rei saiu em seguida, deixando a pobre Amália a chorar.

— Céus, o que farei agora? O rei irá me matar por causa da mentira de meu pai.

Sabendo que nunca conseguiria transformar toda aquela palha em ouro, a menina ficou na maior das aflições, chorando desconsoladamente. Mas de repente ela ouviu a porta da sala onde estava ranger, em seguida observou um gnomo por ela passar. Parando à sua frentes o pequeno ser lhe perguntou:

— Porque choras linda menina?

— Ai de mim! O rei mandou-me transformar toda essa palha em ouro, e eu não sei fazer, e por isso ele irá matar-me.

— Se eu fiar toda a palha como o rei quer, o que me darás em troca?  — Perguntou-lhe o gnomo.

— Se me ajudares te darei o meu colar! — então o gnomo tomou o colar em suas mão e passou a examiná-lo. Por fim colocou-o no bolso e sentou na roca a fiar a palha, transformado tudo em ouro.

No dia seguinte, o rei foi à sala conferir se a menina havia transformado a palha em ouro, como seu pai prometera. Chegando lá, viu que não havia mais palha, em seu lugar, a sala estava repleta de ouro. O Rei ficou extasiado, porém não se conformou com aquele ouro, e ambicioso como era, levou Amália até outra sala. Esta sala era maior que a anterior e estava repleta de palha até o teto.

Amália não sabia se o gnomo reapareceria para ajudá-la, e quando já estava a se desesperar, o gnomo apareceu-lhe uma vez mais e lhe disse:

— Mais palha para fiar? O que me darás dessa vez para que transforme tudo isto em ouro?

— Dar-te-ei este anel, ajuda-me uma vez mais! — falou a menina.

O gnomo apanhou o anel, e após analisá-lo o colocou no seu bolso, e sentou ao pé da roca para todas palha fiar.

Quando o dia amanheceu, o rei foi novamente ao encontro da menina para conferir se esta havia fiado toda a palha. Ficou maravilhado ao ver que a sala também estava abarrotada de ouro até a altura do teto. Mas como sua ambição não tinha limites, o rei falou:

— Te darei um último fardo para em ouro transformar, se assim o fizeres, te casarei com meu filho, apesar de ser filha de um simples moleiro, uma esposa mais rica que tu, meu filho não irá encontrar. Caso não o faça, mandarei que te enforquem.

Chegando a noite, a única esperança de Amália, era que o gnomo aparecesse novamente, e quando este chegou, novamente lhe perguntou:

— O que me darás desta vez para que eu te livre da morte?

— Oh gnomo, já não tenho mais o que te dar! Como podes ver, não tenho mais nada a lhe oferecer.

— Sendo assim, lhe farei uma proposta — falou o gnomo — quando fores rainha e tiveres teu primeiro filho, este será meu. Isto é o que quero em troca.

Amália não sabia se chegaria mesmo a ser rainha um dia, quanto mais ter filhos com o futuro rei, se apenas sobrevivesse à ambição do rei já estaria satisfeita. Por isso concordou com a proposta do gnomo. Então a criatura voltou a se sentar ao pé da roca e passou a noite a fiar.

Quando pela manhã o rei chegou e viu tudo feito como o combinado, ficou radiante. Então cumpriu sua promessa, casando o príncipe com a filha do moleiro.

Amália, com o tempo apaixonou-se por seu marido, e este mostrou-se dedicado. Amava-a profundamente, ela possuía virtudes com as quais ele sempre sonhara que sua esposa teria. O rei, satisfeito com sua fortuna, quis agora aproveitá-la, então abdicou do trono pouco tempo depois, cedendo seu lugar para que seu filho viesse a reinar.

Já o pai de Amália fugiu depois que o rei levou-a ao palácio a fim de testar suas supostas habilidades. Nunca mais ouviu-se falar dele, e este provavelmente não sabia do sucesso do seu plano, pois se assim soubesse, provavelmente já teria voltado para reclamar sua parte no acordo.

Após um ano, Amália que agora era a rainha, deu a luz ao seu primeiro filho. Amava-o profundamente, e era tão feliz que não se recordava mais do que passara, sequer das promessas que fizera ao gnomo. Mas este não se esqueceu, e ao saber sobre o filho da rainha foi cobrá-la pela sua promessa. Encontrando a rainha, o gnomo disse-lhe:

— Ajudei-a quando estavas prestes a morrer, pois então, quero agora o que me prometeste em troca. Dá-me teu filho e estaremos acertados de uma vez por todas.

A rainha então desesperou-se. Chorava copiosamente, pois amava seu filho mais que a si mesma. Ofereceu todas as riquezas do reino para que o gnomo abdicasse da promessa, mas este não aceitou, queria apenas o que foi-lhe prometido. De tanto choro escutar, o gnomo resolveu negociar:

— Teu choro me comoveu, por isso dar-te-ei uma chance mais. Terás que descobrir o meu nome, dou-te o prazo de três dias pra adivinhar. Caso não consigas, levarei teu filho.

Esperançosa, a rainha encheu-se de ânimo e dedicou-se a anotar todos os nomes que conhecia. Passou o dia a pesquisar, e além de seus esforços, enviou mensageiros por todo o reino, com ordem para que descobrissem todos os nomes possíveis no curto prazo de tempo que tinha.

Ao fim do primeiro dia, o gnomo voltou, e enquanto a rainha lhe dizia cada um dos nomes de sua lista, o gnomo dela desdenhava:

— Não é este o meu nome, apressa-te em descobrir, apesar de que não acredito que conseguirás.

No segundo dia a rainha mandou que anotassem o nome de todos os cidadãos da vizinhança, até os mais inusitados. Então continuava a falar ao gnomo:

— Teu nome é Costela-de-Carneiro, Dedo-de-Jacaré, ou Galinha-D'água?

Mas a resposta do gnomo continuava a mesma:

— Não, nenhum destes é meu nome.

Chegado o terceiro dia o mensageiro retornou e disse a rainha:

Percorri todos os lugares, até além do reino, mas não descobri nenhum nome novo. Porém, ao passar ao pé da montanha onde os corvos fazem seus ninhos, avistei uma casinha. Em seu jardim havia uma fogueira, e ao seu redor estava um gnomo horrendo a dançar e cantar:

— Hoje faço o pão, amanhã trarei cerveja;

A melhor é minha,

Depois de amanhã ganho o filho da rainha!

Ainda bem que ninguém sabe direitinho

Que meu nome é Rumpelstichenzinho!

Imaginem só a alegria da rainha ao escutar esta história! Ela então tratou logo de decorar o nome, e mais tarde quando o gnomo tornou em seu quarto adentrar, ela falou para disfarçar:

— Teu nome é por acaso Victorio?

— Não.

— Chama-se César?

— Não.

— Teu nome por acaso é Rumpelstichenzinho?

O gnomo ao ouvir seu nome fiou desacreditado, e num acesso de raiva lhe gritou:

— Eu não posso acreditar! Como descobristes meu nome? Só pode ter sido o diabo que soprou em teus ouvidos!

Tomado pela cólera, o gnomo batia seus pés com toda a força no chão, quando de repente, o assoalho se rompeu, então uma das lascas de madeira perfurou o seu peito, matando-o na mesma hora.

Desde este dia a rainha viveu tranquilamente com seu filho e com o marido, finalmente sentindo-se plena, após tantas adversidades.

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Quem escreveu o livro?

Os autores desse livro são Jacob e Wilhelm, mais conhecidos como os Irmãos Grimm. Acadêmicos, linguistas, escritores que nasceram no Condado de Hesse-Darmstadt, atual alemanha. Ded... (Leia mais)

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